terça-feira, 17 de novembro de 2009

Será?



Antes a minha vida era assim...
Saía com amigos, encontravamo-nos para um café, para ir ao cinema, ir a uma discoteca. Fazíamos viagens, acampávamos, divertiamo-nos, bebíamos uns copos, namorávamos, passeávamos à beira mar, pelos jardins, íamos a casa uns dos outros, etc...
 
Certo dia descobrimos que existia uma coisa “magnífica” chamada novas tecnologias. Fomos todos à descoberta!
Após pesquisa e descobertas constantes, eis como é a minha vida hoje...

Passo dia no computador, ou a trabalhar ou a brincar na net, falo com os meus amigos teclando e colocando smiles, combinados encontros nos jogos on line, tento ganhar dinheiro extra utilisando o cartão de crédito e entrando em jogos virtuais. Só assim consigo “conhecer” pessoas que nunca poderia conhecer, só porque são de outro país ou até mesmo o meu vizinho do lado.
Mas também costumo desligar o meu pc. Nessa altura mando mensagens grátis ou não ao antigos amigos que nem sempre respondem, pois eles estão ocupados a fazer o mesmo que eu estava a fazer com o pc ligado. Lá se vai a hipótese de tomar um café sem teclar ou estando num café virtual, mas não faz mal, pois vou para casa e lá volto a ligar o pc e depois já posso “falar” com o pessoal.

No caminho para casa passo por coisas chamadas pessoas do mundo real, que andam sempre num stress, aos gritos e a refilarem uns com os outros por causa do transito, ou simplesmente porque alguém fez má cara.
Gente estranha...

Chego a casa e enquanto o pc liga, preparo uma “bucha”, e lá vou eu “socializar”! Isto das novas tecnologias é fixe...estou sempre a uma tecla de uma outra janela para o mundo.
 
Então porque é que me sinto tão sozinho?
 
Será que afinal ir ao cinema e divertir-me na rua era assim tão mau?
Será que poupar um dinheiro e depois ir em low cost viajar e ver as paisagens pessoalmente (enquanto aproveito para tirar fotos) seria melhor do que apenas recebê-las por mail e ir mudando o slide?
Será que conheço da mesma maneira que antes conhecia pessoalmente, todas as pessoas que tenho na minha lista virtual do hi5, facebook, twitter, etc...?
 
Pois não sei quanto a vocês, mas cada vez mais tenho trocado as novas tecnologias pelo prazer de viver as coisas de forma mais real, viva. É isso que quero ensinar aos meus filhos. Claro que não descarto a internet, o alugar um filme sem sair de casa,etc... mas não quero perder o que me fez, quem sou hoje e o que me ensinou as coisas que sei. Saborear as coisas estando mesmo frente a frente com elas, bater com a cabeça em “paredes” a sério, tropeçar nos obstáculos, etc...
 
Tudo isto pode ser vivido enquanto (con)vivemos e aprendemos com as tais tecnologias.
Não nos deixemos cair num excesso, pois muitas vezes perdemos o que de mais precioso existe à nossa volta!!

2 comentários:

paulofski disse...

É uma grande verdade, estamos a ficar autómatos a olhar para ecrãns lumiosos e de dedos doridos. Ao fim-de-semana procuro não ligar o botão do ON, é uma terapia confesso.

Sónia Costa disse...

True...
Sem dúvida que viviamos mais quando passeavamos a beira mar ou pelos campos verdejantes, quando tinhamos tempo para tudo e não parávamos dentro de casa....que saudades